Por Malachiyah Ben Ysrayl - Historiador e Hebreu-Israelita
E-mail: walterpassos21@yahoo.com.br
Skype: lindoebano
Facebook: Walter Passos
Sei que ao começar a ler o
presente artigo, indignou-se com o título (ou não). Sim, vou explicar porque o Pastor Marco
Feliciano acredita que está realizando um confronto espiritual, uma batalha na
qual foi ensinado e milhões de pretos e pretas concordam com ele.
Entendo as suas palavras porque cresci ouvindo esse discurso ideológico anti-preto e anti-gay e em muitos anos da minha vida acreditei que fosse verdadeiro, tanto assim, que aos 19 anos de idade fui estudar Teologia no Seminário Presbiteriano do Sul do Brasil, em Campinas-São Paulo, e posteriormente no Seminário Batista do Sul do Brasil, no bairro da Tijuca na cidade do Rio de Janeiro. Fui ordenado pastor da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, o qual me retirei e hoje não sigo mais o cristianismo.
Entendo as suas palavras porque cresci ouvindo esse discurso ideológico anti-preto e anti-gay e em muitos anos da minha vida acreditei que fosse verdadeiro, tanto assim, que aos 19 anos de idade fui estudar Teologia no Seminário Presbiteriano do Sul do Brasil, em Campinas-São Paulo, e posteriormente no Seminário Batista do Sul do Brasil, no bairro da Tijuca na cidade do Rio de Janeiro. Fui ordenado pastor da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, o qual me retirei e hoje não sigo mais o cristianismo.
Os meus contatos especialmente
com Maria Beatriz Nascimento (Bia) no Grupo André Rebouças da UFF, Lélia
Gonzalez e outros militantes no final da década de 70 e início da década de 80
do século passado, transformaram os conceitos introjetados na minha infância e
adolescência sobre uma África amaldiçoada, a qual sonhei, diversas vezes, viajar
em missões para libertá-la do poder de Satanás.
Agradeço muito a Valdina Pinto
por horas de conversas dedicadas a um jovem pastor presbiteriano em crise, de
ter uma ascendência paterna e materna nas religiões de matriz africana e
necessitava entender o porquê da minha rejeição aos ensinamentos dos meus
ancestrais.
A questão de Marco Feliciano é o
desconhecimento da origem e desenvolvimento do cristianismo e especialmente do
protestantismo de missões que veio para o Brasil e com experiências
segregacionistas e manteve a escravidão em muitas regiões, como o caso do
luteranismo no sul do Brasil e experiências nefastas de racismo em todas as
igrejas protestantes históricas, pentecostais e neopentecostais até os dias
atuais. Tanto assim que existe um Movimento Negro Evangélico incipiente que
carrega água em cesto de palha e não tem o poder de mobilização para questionar
Marcos Feliciano. Milhares de pastores pretos estão calados, envergonhados,
acuados pela covardia ou compartilhando com as ideias de Marco Feliciano.
Acredito na última hipótese.
São milhões de pretos nas igrejas
evangélicas que coadunam com essas ideias de que a África é amaldiçoada. São
esses professores evangélicos que se mostram contrários à implementação das
leis de de ensino de africanos e indígenas no ensino fundamental e médio..
São milhões de pretas que se
auto-renegam e acreditam na maldição hereditária dos seus ancestrais africanos
e combatem veementemente as religiões de matriz africana e qualquer
manifestação cultural preta.
Interessante notar que Marco Feliciano se utiliza das ofertas de muitos pretos e pretas das suas igrejas para desse dinheiro atacá-los - como amaldiçoados e afins -, sem falar nos milhares de votos deles recebido.
Interessante notar que Marco Feliciano se utiliza das ofertas de muitos pretos e pretas das suas igrejas para desse dinheiro atacá-los - como amaldiçoados e afins -, sem falar nos milhares de votos deles recebido.
O problema não é Marco Feliciano,
mas a omissão e apatia da maioria da população brasileira descendentes de
africanos pelas palavras pronunciadas e ainda oram que ela vença as batalhas contra os inimigos. Que ele consiga
destruir os terreiros e sepultar os “pais de santo”.
PASTOR MARCO FELICIANO: "- SEPULTEM OS PAIS DE SANTO!"
Marco Feliciano representa o
mestiço e preto evangélico que adora um deus europeu e se auto-renega, passa
por um processo violento de enfraquecimento, desculpe, branqueamento.
Quantas mulheres pretas
evangélicas estão satisfeitas com a aparência? Qual o percentual de mulheres
pretas não evangélicas que usam processos químicos de alisamento para que os
seus cabelos sejam parecidas com o cabelo das mulheres brancas? Elas podem
falar da progressiva de Marco Feliciano?
Marco Feliciano é um equivocado
teologicamente, tem interpretações sobre os escritos bíblicos advindas da
sua ignorância exegética e hermenêutica.
Seria de bom grado que ele conhecesse a história do povo hebreu e a história
das civilizações do Vale do Nilo e da Terra dos Etíopes (Mesopotâmia)
designação toponímica da região antes de ser renomeada pelos gregos invasores. Sendo
apoiado nas suas declarações infelizes pelo seu inimigo e atual veemente
defensor Silas Malafaia.
PASTOR SILAS MALAFAIA COMENTA PROTESTOS CONTRA PASTOR. MARCO FELICIANO
A minha afirmação advém da
atitude dele falar mal da África usando escritos de homens pretos e fatos
ocorridos e relatados de civilizações pretas. O Pastor Marco Feliciano e Silas
Malafaia deveriam ser questionados em público para citarem quais as regiões e
civilizações brancas que estiveram presentes nos fatos do Torá (é o nome dado
aos cinco primeiros livros do Tanakh (erradamente chamado de Velho Testamento).
Assim sendo, entenderiam que a maldição da África e seus habitantes é uma
falácia em um período onde a questão epitelial não era determinante e a
civilização grega estava iniciando. Não
há maldição epitelial neste período histórico , infelizmente o racismo
teológico criado pelos europeus e ensinado no Brasil pelo cristianismo ainda é
a base de interpretações equivocadas os pastores e pastoras.
Escrevi artigos sobre
colonialismo e cristianismo e maldição de Cam no blogger Bayah que podem ser
conferidos no link CRISTIANISMO E COLONIALISMO - CONVERSÃO E NEGAÇÃO DA ANCESTRALIDADE
Os defensores (as) de Marco Feliciano, bom ressaltar serem milhões de pretos (as) evangélicos (as), estão
anestesiados pelo racismo que deforma a autoestima de suas vítimas.
Incrível são os apoios às atitudes dele:
PASTOR MARCO FELICIANO RENUNCIA
O pastor Marco Feliciano é mais
uma vítima que se tornou algoz da sua herança africana. Não um simples algoz.
Admirado por milhões de evangélicos e não evangélicos como um paladino dos
“bons costumes” e defensor de uma
teologia racista e retrograda. Em um país onde o desconhecimento da história da
África e especialmente dos hebreus é latente. Marco Feliciano deita e rola
porque não é questionado no que ele diz ser conhecedor. Ele agrada os racistas,
confirma perante os pretos as mentiras que são descendentes de uma terra
amaldiçoada e apesar dos protestos dos movimentos organizados a maioria da
população preta não tá nem ai para as suas palavras porque tem um problema gravíssimo de
identidade.
Olho seriamente para as
declarações de Marco Feliciano e fico arrepiado em pensar que quando criança e
adolescente pensei igual. Ele se delicia
com os protestos acreditando que está sendo perseguido (nos moldes cristãos) e
é um defensor da fé.
Ele representa uma ideologia e é
mero repetidor de um mal maior que sonha e clama de joelhos dobrados para que o
Brasil se torne um país teocraticamente cristão e mais conservador.
ACESSE
PRETAS POESIAS: